Sunday

SÉRIE "DE CHALEIRA"


Seção de colagens gráficas que ilustra os primeiros textos da minha coluna TRANSPOÉTICAS, publicada quinzenalmente no blogue coletivo De Chaleira.

 
  

Monday

Saturday

CITRUSRGIA

I'm Addicted: só tomo ácidos!Esse suco de laranja me caiu bem mal...
Chegando no hospital me puseram para ver

LARANJA MECÂNICA
Enquanto era aplicada anestesia geral.
Mais uma tentativa suicida
Lavaram meu estômago feito cérebro
Retiraram uma rodela de vitamina C da virilha
Vomitei por três dias e urinei sem diurÉtica médica

Thursday

ONÍRICA

Antes de deitar, comeu pasta de dente
Com muito bicarbonato de dio depositado na escova elétrica
Depois sonhou que era Rapunzel Monroe
Desvestida para matar, matar à chave de pernas
Torturou um homem azul, amarrou-lhe mãos, pés e vista
Escalou prédios históricos para saltar sem salto
Perdera a gengiva eletrocoitada por uma ogiva nuclear
Assaltou a rua e nunca mais acordou a mesma

Friday

ON TV!

Satellite brings the light
But people are blind inside the cavern home
Handsome Flash colouRED
Windows in the sky flying away
Don't say goodbye
I have a vision to buy:
TELEVISION!
Night and day

Monday

OBSERVOADOR

Santos não voam?
Então era anjo o Santos Dumont!
Pediram Bis e 14 ele criou
Visionário, ao subir os montes
Sem catapultas mirou o horizonte
E no ar o Pai da aviação planou...

CARAS E BOCAS

Piadas carecas: caretas
Sorrisos:
ranger de dentes
Quem tem defeitos? Bem-feito!
Não vejo graça na desgraça duradoura alheia
Só porque tenho a cheia miopia dos esquizofrênicos
De mentes da rebeldia bebedoura
De psicodelismos rearsenais arsênicos

Thursday

CONEXÃO

CTRL C+CTRL VMinha conexão contigo é discada
Diz cada uma com a mão espalmada...
Que em ti navego à luz do plexo solar
Teu arquivo no meu em anexo grita
Digita a distância aproximada
No vai-e-vem do copiar e colar

BORBOLETA

Bata as asas de mulher menina!
Metamorfases de menarca
À menos pausas declina o ardil
Na velhice da pele d'alma pousa
Com as seqüências arca
Filho, filha... Sina feminil

Sunday

VIAS

Perdestes toda a vida
Numa via de mão dupla
Não te decidias entre o sim e o não
E era tão simples, só uma única
Palavra de admoestação
Que tu não VIAS...

O SALTO

Dança das cadeiras em cima de um penhasco
Subo regurgitando o medo
Pernas La Bambas, suor espesso e asco
Pelo peso do corpo que cai
No sangue que me sai do nariz
À lona do chão
Sem nariz de palhaço, nem cama elástica
O colchão é a dura realidade
Aqui se faz bonita porque plástica
Depois no ar poeira
Plastique Noir
No cadafalso.

Friday

DESERT ROSE

She came in her RED velvet dress
Petals were spread
In the desert
Thorny wind to wet
The blue so clever
Right now she gives live
She lives among sunflowers
Left. By the devil' side...
Who's gonna ride her wild?
The woman sometimes can be
A big house inside a rose
A Rose to Flows like a tower!

Wednesday

ABDUÇÃO

Nuvens grávidas
Ocultam as naves-mãe
Que descem à Terra
Pátria do infinito
Para exames ginotecnológicos
Nos homens.
O verde é deflorado,
Implantam microchips
No corpo sutil
Do mundo
Enquanto OVNIs afundam
No oceano infundo e vil
Do ovo humano
A luz se faz
Dentro dos olhos
Cosmos espelhados na íris:
Um arco, abrolhos, eras
Nova constelação de Cílios
A piscar estrelas

Tuesday

MAKE UP!

Take a Pancake
Strecht your arms out
Like a joystick
Take a Lipstick from the wall lizard
Beautiful, beautiful
Yes, you're the best wizard!
Clap, clap, clap
Wow, look at the mirror!
Hair of fire falling down your lap
And after the child night
You can take a snap.

Saturday

ERETO ETÉREO

Céu: imenso falo armado em azul, anil viril do Deus-Homem
Admirado por bocas expostas à comunhão dos prazeres no mundo.
Das manhãs, a glande intumescente reluz, é Sol ao pôr,
Ósculo no Crepúsculo-prepúcio para logo aurorecer.
Incessante insaciável ciclo.
E quem beija, seja a lua, seja dos ventos a rosa,
Com a lâmina da língua plena e leitosa,
Babujará no espaço estrelas cadentes que piscam
A cada contração de pré-parto
Novo gozo. Tudo música, tudo teatro.
O sexo dos anjos tocadores de longas trombetas sendo discutido num ato
Atrás das nuvens alvas. Cumulus-nimbos de desejos acumulados,
Testículos-planetas achatados nos poros,
Amassado com as mãos do infinito,
Ao imbuírem-se nos primeiros líqüidos do orvalho.
Forte o cheiro da chuva, suor-sêmen-saliva
No buraco negro da Terra cheia de viço e fertilidade.
Lá habitam seres de carne sedentos do eterno.
Sorvem na cópula do divino e rompem o hímen complacente,
Cumprindo religiosamente os pagãos rituais de acasalamento.

Friday

ROTINA

Cotidiando, cotidiando...
Chego no meio do caminho
E me deparo com o tanto andado em circos,
Dos animais livres do passado utópico
Até os maquinais sem utopiar por hoje
Dentro das gaiolas feitas pelos palhaços
Americanos de narizes vermelhos
Segui viagem...
Comprei a passagem
Sem saber se a vida tem volta
Só de ida. Preço caro
Vou partindo, vou rompendo
Tentando sair da rota da rotina
Com o carro do destino
,destino:o acaso,
A guiar para a casa mundo

MEIA-NOITE

Dançou no baile de máscaras da alta sociedade
A noite inteira,
Até que ela caiu.
Saciedade baixa
Rosto rendido às mãos

Parou de sorver álcoois
Não mais dormitou das 12 após
Com nenhum outro homem.
Dos travesseiros e fronhas
Poderia cair em maus lençóis

Transformou-se:
Metade de lua, à míngüa
Deixou enterrada sua partida
Assinando a Deus

Thursday

A INVASÃO

Os sustentáculos da massa se apóiam sobre a cidade esguia
Ambulantes de um dia-a-dia erguido sobre mares e ruínas
Mato concretizado, cinza ladrão de ar, chaminés...
Onde põem os pés, ficam com o pé atrás
Aqui jaz o jazz dessa urbe estatelada de satélites
Mas ainda ganha a Lua quando não se vê o gás
O império se supõe gigante, mal basta prever a cartomante
O que o empuxo das marés nos traz:
Tsunami, Miami, Antrax

Wednesday

PAIXÃO


Um facho de fogo fátuo se encrespa em todo ser
Rumina bicho selvagem esfumaçando quente
Quer tocar o carmim florescente
Por debaixo do mel bel-prazer
Sol em cada olho, fechado interior
A lua então alumina a dor assim de chofre
Tal um touro redentor a penetrar o chifre
No lençol vermelho de se domador

Tuesday

OUVOLHO

Ouvendo o brilho da canção em máximo
Faz tapar olhidos num piscar de ouvolhos
Sussurra em minhas pálpebras
Imagens tristes
Até lágrima escoar ao lóbulo
Pingenteando um brinco
Cegosurdo

Monday

HOLOCÁUSTICO

O medo é frio feito arame farpado
Nos contrai e nos contraria
Reveste o pai a cria com roupa de cedo
Mas é tarde a vida, um desassossego
Estoura os poros, gangrena as vísceras
E os líderes bons e maus destróem
Para reconstruir o mundo em oitavas míseras
Deuses ancestrais de pensamento primitivo
Deixa o povo cativo sem fundamento nem mais

Saturday

VIAGEM

Descanso ao mirante
Hora de controlar o navio dos prazeres e acender cigarro
Marolando em nuvens, o globo ocular sai do controle
Enquanto a pomba apara as cinzas com o bico
Traz a paz momentânea aos sentidos
NonSense preferido:
A solidão
A Eco
Ar

Friday

GLOBALIZAÇÃO


Enfia o dedo na tomada de atitude
Tem de se deixar ferida aberta amiúde
Para abraçar o todo mundo mudo tempo todo
Se falhar memória, faz-se trepanação
Informação despejada indecisória
Que não sabe se recicla, se biodesagradável
Imput microchip macrocosmo teleprevisível
Zapping de canal pelo EU fragmentado
Lava trouxa todo dia, que agonia
360 em torno de um dEUs tão cogitado

Pecado (Original)


O Criador tão miserável
Negou a Adão uma maçã e uma costela
Mal construiu Eva com ela
Acabou travestindo o paraíso
Para isso, desfrutou do proibido
E agora perde a humanidade inteira
Que de invenção prazenteira
Acabou tornando-se prejuízo

MUTAÇÃO


De tanto comer alface com molho agrotóxico
E da água carbono
E do carbono monóxido
Desfalesceu pela boca
À míngüa da lua propulsora das marés
Antes ficara louca
No acaso dando pontapés
Achando ser barbatana
No mar à solta

Desmascarado


O belo atrai, consegue à vista um preço
O apreço alto vem da aparência física
Não da meta, ainda a ser stingida
Quem é modelo nem sempre é o padrão
Há um prazo de validade vencida
Na lata de luxo do creme facial
A etiqueta de grife mal se rasga
Já engasga a gola da camiseta
Dentro da gafe por ostentação viral

Thursday

CORPO


Carne fraca suspensa por um feixe de ossos
Dança, copula e se alimenta de outros corpos
Para quê?
Frio abrigo da eternidade que não mais se vê

Depois da morte...
Prisão de poros donde escapam suor e lágrima
Ruminando líqüidismos que escoarão
Para debaixo da esfera terrestre

Wednesday

O Feminino


Vermelha em teus olhos a noite que a boca de fumo pitou
Silhueta a pichar uma grossa parede nua
Tua sombra grudada no muro feito seio ejaculou
Entre as pernas da rua erma com sede
Cedo ainda enquanto doas
A quem doer o íntimo do hímen antes do parto
Mais eis que nunca partes para muito longe
E continuas freira do mesmo exato monge
Devoto do teu amor